segunda-feira, 21 de abril de 2014

Fichamento - Leitura na tela: da mesmice à inovação - Mirza Seabra Toschi





ANDERI, E. G. C.; SILVA, E. F. da. A internet aliada no ensino da leitura. In:TOSCHI, Mirza Seabra et al (orgs.). Leitura na tela: da mesmice à inovação. Goiânia: Associação Brasileira das Editoras Universitárias, 2010, p. 37-52.

Com o surgimento das novas tecnologias da informação e comunicação, esse excesso de informação exige uma nova postura do corpo docente, mudança e olhar diferente sobre a sociedade atual. Segundo ANDERI e SILVA exigem uma maior exigência do cidadão, ”[...] uma contínua atualização dos conhecimentos dos cidadãos.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.37), assim afirmando também que: “Estar informado implica, particularmente, o domínio dessas tecnologias, o que, por sua vez, implica em fazer uso da leitura.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.37).
Segundo as autoras do texto, ter contato com a informação, saber lidar com esses instrumentos digitais, não significa que o usuário saiba utilizar de forma adequada às novas tecnologias, quer dizer: “[...] posicionar-se criticamente diante da informação, pois isto exige, além do domínio da tecnologia da leitura e da escrita, a produção de sentido e a construção de conhecimento.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.37). Saber selecionar a informação, a contradição com a realidade, assim possibilitar a produção de sentidos e consolidar o conhecimento.
A alfabetização segundo ANDERI e SILVA, ganha deferentes contornos, em função do desenvolvimento tecnológico, a comunicação e novas linguagens sofreram mudança durante os momentos históricos, assim afirma: “Ao inventar a escrita o ser humano permitiu-se não contar somente com a tradição oral; podia, então, armazenar suas histórias, seus conhecimentos, suas regras, fazendo uso da escrita.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.38). Segundo ANDERI e SILVA, a prática de leitura e escrita passou por diversos processos de fixação em vários momentos da história, o que promoveu a facilitação dessa atividade:
“[...] os processos de fixação da escrita se transformassem ao longo do tempo, caminhando na direção de facilitação dessa atividade, saindo de uma tabuleta de argila, para o papiro, para os rolos de pergaminhos, para o livro, o disquete, os CD e o pen drive. O ato de ler ganha conforto físico e com isto amplia as possibilidades de leitura.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.38).
Antigamente segundo ANDERI e SILVA, quando o ato de ler era praticado em uma espécie de rolo, a leitura era feita em voz alta, pois na maioria das vezes não era ato privado, assim ressaltando que, “[...] não permitia que o leitor escrevesse ao mesmo tempo em que lia, impossibilitando a realização desses dois atos (ler e escrever), ou seja, de transcrever [...]” (ANDERI; SILVA, 2010, p.38). Segundo as autoras do texto, nesse tempo a leitura era bastante rigorosa, exigia concentração para não se perder entre as palavras, mas em um determinado momento da história, a partir do século II d.C., passou  a existir uma tecnologia. O “[...] surgimento do códex, livro com páginas, que veio para substituir o livro de rolo [...] surgem novas práticas de leitura [...]” (ANDERI; SILVA, 2010, p.38). Assim possibilitava praticar a leitura silenciosa e o leitor ter uma relação íntima com o texto, ele já podia virar à página do livro. Para Manguel, ele afirma que:
“O lugar de leitura é importante não só porque proporciona um cenário físico para o texto que está sendo lido, mas também porque sugere, ao se justapor ao lugar na página, que tentam o leitor com o desafio de elucidação” (1997 apud ANDERI; SILVA, p.39)
Para ANDERI e SILVA, “Ler é condição básica de existência no mundo atual e, com o advento das TICs, torna-se indispensável ler bem, rápido e de forma crítica.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.39). Segundo as autoras desse texto, existe diferença ente ler um texto impresso indicado pelo professor, e outra coisa é ler um texto virtual selecionado pelo aluno, isto é, ler em frente ao computador é considerado a não-linearidade que “[...] permite o indivíduo recortar o texto, “navegando” em qualquer sentido: não há certo ou errado, são opções feitas pelo navegador.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.40). Segundo Magda Soares ela afirma que:
[...] a tela, como novo espaço de escrita, traz significativas mudanças nas formas de interação entre escritor e leitor, entre escritor e texto, entre leitor e texto e até mesmo, mais amplamente, entre o ser humano e o conhecimento. Embora os estudos e pesquisas sobre os processos cognitivos envolvidos na escrita e na leitura de hipertextos sejam ainda poucos [...] a hipótese é de que essas mudanças tenham consequências sociais, cognitivas e discursivas, e estejam, assim, configurado um letramento digital, isto é, um certo estado ou condição que adquirem os que se apropriam da nova tecnologia digital e exercem práticas de leitura e escrita na tela, diferente do estado ou condição – do letramento – dos que exercem práticas de leitura e de escrita no papel. Para alguns autores, o processos cognitivos inerentes e esse letramento digital reaproximam o ser humano de seus esquemas mentais(2002 apud ANDERI; SILVA, p.40).
O letramento digital, isto é, prática de leitura e escrita na tela, faz uso e se apropria das novas tecnologias digitais. Segundo ANDERI e SILVA, ler é estabelecer conexões, assim afirma que:
“A formação de leitores críticos exige que tanto as crianças quanto os adolescentes convivam diariamente com diversos suportes de texto, tais como retroprojetor, projetor de slides mural, cartaz, poster, fita de áudio, fotografia, livro impresso e outros, até os suportes e tecnologias mais recentes, como o projetor de multimídia, a fita de vídeo, o CD-ROM, o CD de áudio, o DVD e a internet.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.41)
Para ANDERI e SILVA, é fundamental formar leitores capazes de compreender a realidade que está ao seu redor, mas o grande desafio da escola é preparar um individuo que saiba ler, escrever e ser crítico, e está ressaltando também que boas partes das escolas não têm conseguido realizar isso de forma satisfatória, pois apresenta essa deficiência nos resultados de exames nacionais e internacionais (PISA, Saeb, Enem dentre outras).
Segundo ANDERI e SILVA, não é suficiente apenas trazer bons textos e diversos gêneros textuais para a sala de aula, mas prepara o aluno para recebê-las: “[...] fazer circular os textos em sua diversidade na escola; é preciso também aparelhar os estudantes para sua recepção.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.41). Assim o professor deve explicar as diversas estratégias de composição textual (textos informativos, opinativos, didáticos, literários entre outros.). Existem diversas estratégias que auxilia o professor em sua prática educacional:
“Considerando-se, assim, que ler é mais que um simples ato mecânico de decifração de signos gráficos, é, antes de tudo, um ato de raciocínio no sentido da construção de uma interpretação, de tal forma que se possam detectar as possíveis incompreensões produzidas durante a leitura.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.41).
Na sociedade contemporânea ou sociedade moderna, faz uso das novas tecnologias, que proporciona a leitura e escrita, utilizando instrumentos digitais, todos os indivíduos da sociedade têm acesso à informação, a prática de leitura e escrita se tornou um direito de todos. Segundo ANDERI e SILVA, as TIC traz novas formas de leitura e de leitor, “Os leitores-navegadores ou os jovens internautas se apropriam do mundo escrito por meio de um novo tipo de suporte, o eletrônico.” (ANDERI; SILVA, 2010, p.42).
Para as autoras desse texto, a leitura na tela, proporciona o leitor participar e interagi-se com o texto, “[...] o autor reinventa a narrativa e, por meio da interatividade, o leitor faz a opção do caminho que vai seguir, ou seja, participa da invenção da narrativa.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 42). Esse novo suporte de texto em ambiente diferente, modificar o comportamento do leitor, consequentemente gera novas práticas de leitura.
“Os recursos das tecnologias da comunicação e informação acabaram por trazer para a escola mais estes desafios: por um lado, integrá-las numa vertente pedagógica, contribuindo para a sua democratização, uma vez que oferecem potencialidades à educação e formação, e, por outro lado, desenvolver uma reflexão sobre as suas vantagens e os seus limites, numa tentativa de ter bem claro o que se refere ao desempenho da técnica e o que se refere à capacidade humana e social de comunicação [...]” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 42).

Para ANDERI e SILVA, elas ressaltam que, existem diversos tipos de leitores, “[...] o contemplativo, que surgiu a partir do aparecimento da leitura silenciosa. [...]”. (ANDERI; SILVA, 2010, p. 43), existe também o leitor movente:
“[...]o leitor movente, que é aquele que nasce no momento da expansão capitalista, do crescimento dos centros urbanos, do aparecimento da publicidade, onde as coisas acontecem com muita velocidade e superficialismo. O leitor que surge neste período é um leitor fugaz, de memória curta, que necessita de aparelhos externos para ajudá-lo a memorizar.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 43).
E recentemente descobriu a existência do leitor imersivo, esse leitor surgiu na era digital, é esse leitor que sabe lidar com a avalanche de mensagens virtuais e preza a velocidade no texto abaixo afirma que:
“O leitor o imersivo, o mais recente, que surge na era digital, é o que lida com uma avalanche de mensagem virtual que preza a velocidade. Opta por textos mais rápidos e curtos, o conto, por exemplo. Lida, simultaneamente, com uma variedade de linguagens. Em função das características do suporte virtual se tornar a informação, qualquer tipo de signo pode ser recebido, estocado, tratado e difundido pelo computador, e o leitor pode acessá-lo por um leve toque do mouse. O perfil desse leitor é diferente dos dois outros, pois envolve transformações sensoriais, perceptivas e cognitivas.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 43).
Geralmente as escolas brasileiras, segundo ANDERI e SILVA, cuja base do trabalho é a escrita em papel, adotam uma realidade diferente de seus alunos, isto deve ser modificado, é necessário levar os professores as refletirem e a debater, aliás, ressalta no texto que “[...] jovens que estão atualmente na Educação Básica demonstram possuir grande potencial de compreensão de nova linguagem que se apresenta na rede, que é a hipermídia.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 44).
Sabe-se que a internet é um recurso que contem diversas informações, assim afirma “A internet é reconhecida como um “repositório inesgotável” de toda espécie e qualidade de informação [...]” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 44). É fundamental e necessário saber selecionar as informações confiáveis.
O indivíduo que está praticando a leitura e escrita ele já faz sua interpretação conforme o conhecimento prévio, assim conclui as autoras:
“A leitura adquire significação diferente para os sujeitos pertencentes a diferentes classes sociais. Para aqueles que pertencem a uma classe economicamente desfavorecida, a leitura pode constituir fatores de inclusão social, ao passo que, para os que pertencem à classe privilegiada, é uma alternativa de expressão, de comunicação, nunca um exigência “do” e “para” o mundo do trabalho.” (ANDERI; SILVA , 2010, p. 45).
Segundo ANDERI e SILVA, as mídias não podem substituir o papel exercido pelo professor, mas pode modificar a forma pela qual se vêem o mundo.  As novas gerações estão vivendo em uma cultura, que é conhecida como a cultura da imagem, o trecho abaixo afirma que:
 “Como a cultura da imagem é uma característica bem mais forte das novas gerações, ela deve ser explorada pedagogicamente na escola, pois a notícias, as novidades do planeta, estão expostas a todo o momento pela televisão e, ainda em número reduzido, porém com crescimento vertiginoso, pela internet. Mas, muitas vezes, a instituição educacional faz uso inadequado dessas ferramentas com potencialidade educativas.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 45)
Segundo ANDERI e SILVA, é fundamental e precisa de uma vigilância cuidadosa para trabalhas com as TICs, sem cair no mesmo erro, achando que simplesmente fazer uso dos equipamentos já faz a diferença pedagógica. Afirma que a ação pedagógica não deve se resumir a uma apresentação linear e sequencial dos conteúdos. Mas ver a necessidade de preparar o professor para lidar com esses recursos, para saber trabalhar com esses instrumentos. “Deve, de alguma forma, se assumir como produtor de conhecimento e pressionar por tempo e espaço para o aperfeiçoamento do conhecimento nessa área.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 47).
O professor pode utilizar a internet como um instrumento de ensino, ressalta ANDERI e SILVA:

“Para o professor venha usar a internet como um instrumento pedagógico para o ensino da leitura, é necessário saber como se faz a leitura nas telas dos computadores, ou seja, precisa adquirir, além da alfabetização digital, a fluência tecnológica educativa.” (ANDERI; SILVA, 2010, p. 47).











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